Entenda a pseudoartrose: Causas, sintomas e tratamentos

Fernando Flores • November 25, 2025

A pseudoartrose é uma complicação ortopédica que pode ocorrer após fraturas, especialmente quando a consolidação óssea não acontece de forma adequada. Essa condição pode comprometer a mobilidade, causar dor crônica e exigir tratamentos específicos, que vão desde abordagens conservadoras até cirurgias complexas.


Neste artigo, você vai entender o que é a pseudoartrose, suas principais causas, sintomas e os tratamentos atualmente disponíveis.
Continue a leitura para saber como identificar os sinais de alerta e quando procurar um especialista.


O que é pseudoartrose?


A pseudoartrose é uma condição que acontece quando um
osso fraturado não cicatriza como deveria, mesmo após um tempo considerado adequado para a consolidação, geralmente de 6 a 9 meses. Em vez de formar um osso sólido, o organismo desenvolve um tecido fibroso ou cartilaginoso no local da fratura, o que impede a recuperação completa e pode causar dor, instabilidade e perda de função. O termo “pseudoartrose” vem da junção de “pseudo” (falso) e “artrose” (articulação), porque essa falha na cicatrização se comporta como uma articulação que não deveria existir ali.


Esse quadro pode afetar qualquer osso do corpo, mas é
mais comum nos ossos longos, como o fêmur, a tíbia e o úmero, mas pode acontecer também na coluna. A identificação precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações.


Principais causas da pseudoartrose


Diversos fatores podem interferir no processo de cicatrização óssea e levar à pseudoartrose. As causas mais comuns incluem:


  • Mobilização inadequada da fratura (falta de estabilização)
  • Infecção local (osteomielite)
  • Problemas de vascularização no local da fratura
  • Tabagismo (compromete a oxigenação dos tecidos)
  • Uso prolongado de anti-inflamatórios
  • Doenças metabólicas como diabetes e osteoporose
  • Deficiência nutricional, especialmente falta de vitamina D e cálcio
  • Falhas técnicas durante cirurgias ortopédicas prévias


Em pacientes com
fraturas expostas ou politraumatismos, o risco de desenvolver pseudoartrose é ainda maior.


Diferenças entre os tipos de pseudoartrose


A pseudoartrose pode se manifestar de diferentes formas, dependendo da resposta do organismo à fratura e das condições locais do osso. Quando há pouca ou nenhuma formação de calo ósseo e as extremidades ósseas estão finas, endurecidas e sem sinais de vascularização, falamos em
pseudoartrose atrófica. Nesses casos, o osso não apresenta sinais de tentativa de cicatrização, e o tratamento costuma exigir abordagens mais complexas, como enxerto ósseo ou uso de fatores de crescimento.


Já na
pseudoartrose hipertrófica, o corpo tenta formar o calo ósseo, mas não consegue estabilizar a fratura. Isso gera um acúmulo de tecido ao redor da área fraturada, visível em exames de imagem, mas sem a união efetiva entre as extremidades. Nessa situação, a solução está na correção da instabilidade mecânica.


Existe também a
pseudoartrose infectada, uma condição mais grave, em que há presença de infecção crônica associada à falha de consolidação. O paciente pode apresentar dor intensa, vermelhidão, calor local, secreção purulenta e febre. Nesse caso, o tratamento deve envolver o controle da infecção antes de qualquer tentativa de reconstrução óssea.


Quais são os sintomas da pseudoartrose?


Os sintomas da pseudoartrose costumam
surgir com o passar dos meses, principalmente quando se esperava uma recuperação já consolidada. Os sinais mais comuns incluem:


  • Dor persistente no local da fratura
  • Sensação de instabilidade ou mobilidade anormal do osso
  • Dificuldade para apoiar ou movimentar o membro afetado
  • Inchaço ou deformidade
  • Falta de ganho de força ou funcionalidade
  • Presença de secreção ou sinais de infecção (nos casos infectados)


É importante destacar que em muitos casos o paciente acredita que está em recuperação, mas a
falta de evolução funcional pode indicar a presença de pseudoartrose.


Como é feito o diagnóstico da pseudoartrose?


O diagnóstico da pseudoartrose é feito por meio de
avaliação clínica e exames de imagem. O ortopedista irá analisar os sintomas, o histórico da fratura e o tempo decorrido desde o trauma. Os principais exames utilizados são:


  • Radiografia simples

Revela falha na formação do calo ósseo

Indica alterações como esclerose ou falha de alinhamento


  • Tomografia computadorizada

Permite avaliação detalhada das extremidades ósseas

Esclarece dúvidas sobre a presença ou não de consolidação


  • Ressonância magnética

Pode ser útil em casos de pseudoartrose infecciosa ou quando há dúvida sobre a viabilidade óssea


  • Exames laboratoriais

Nos casos infectados, exames como hemograma, PCR e cultura ajudam a identificar a presença de bactérias


Quais os riscos de não tratar?


Ignorar a pseudoartrose pode trazer consequências sérias. Com o passar do tempo,
a dor tende a se intensificar e a funcionalidade do membro afetado diminui. A falta de tratamento adequado pode levar ao encurtamento do osso, limitação de movimentos, instabilidade crônica e degeneração das articulações próximas.


Em alguns casos, a infecção pode se tornar crônica e comprometer outras estruturas. Além disso, a condição
afeta diretamente a qualidade de vida do paciente, que pode perder autonomia e se sentir emocionalmente abalado por não conseguir retomar suas atividades cotidianas.


Como é o tratamento da pseudoartrose?


O tratamento da pseudoartrose depende do tipo, da localização e das condições gerais do paciente. Os principais objetivos são
controlar a dor, restaurar a estabilidade óssea e permitir o retorno das atividades diárias. As opções incluem:


Tratamento conservador (casos selecionados)


Em situações específicas, principalmente nos casos de
pseudoartrose hipertrófica com boa vascularização, pode-se tentar métodos conservadores. Isso inclui correção de:


  • Deficiências nutricionais (vitamina D, cálcio, proteína)
  • Interrupção de hábitos prejudiciais (tabagismo, uso de antiinflamatórios)


Além de fazer:


  • Ajuste no uso de medicamentos
  • Estimulação óssea com aparelhos de ultrassom ou campo eletromagnético (em casos de pseudoartrose hipertrófica e estável)


Tratamento cirúrgico


Em grande parte dos casos, a intervenção cirúrgica é necessária. As técnicas envolvem:


  • Estabilização interna com placas, parafusos ou hastes
  • Enxerto ósseo autólogo (retirado do próprio paciente) ou alogênico (banco de ossos), podendo ser combinados com biomateriais e substâncias bioativas que estimulam a regeneração óssea.
  • Cirurgias reconstrutivas nos casos mais graves


Nos casos infectados, a cirurgia é combinada com antibioticoterapia prolongada e remoção de tecidos comprometidos.


E depois da cirurgia?


O pós-operatório da pseudoartrose costuma ser mais cuidadoso do que o de fraturas comuns. Em geral, é necessário um período de
imobilização, seguido por reabilitação intensiva com fisioterapia para recuperar força, mobilidade e funcionalidade.


A recuperação também depende do engajamento do paciente: seguir corretamente as orientações médicas, manter uma alimentação adequada e comparecer às consultas de acompanhamento
são atitudes fundamentais para o sucesso do tratamento.


Como prevenir a pseudoartrose?


Nem sempre é possível evitar a pseudoartrose, mas algumas medidas ajudam a
reduzir o risco:


  1. Seguir corretamente o tratamento de fraturas
  2. Evitar sobrecargas ou movimentos excessivos no período de consolidação
  3. Abandonar o hábito de fumar
  4. Corrigir deficiências nutricionais
  5. Tratar doenças crônicas associadas
  6. Realizar acompanhamento adequado com ortopedista


Essas ações
aumentam as chances de cicatrização adequada e reduzem o risco de complicações a longo prazo.


Dúvidas frequentes sobre pseudoartrose


  • O que é pseudoartrose?

    Pseudoartrose é a falha na consolidação de uma fratura óssea após o tempo esperado de cicatrização, formando uma “falsa articulação” entre os fragmentos do osso.


  • Quais são os tipos de pseudoartrose?

    Os principais tipos são: atrófica (sem sinais de cicatrização), hipertrófica (com formação de calo ósseo insuficiente) e pseudoartrose infectada.


  • Quanto tempo é considerado pseudoartrose?

    Em geral, quando uma fratura não cicatriza após 6 a 9 meses, mesmo com tratamento adequado, ela pode ser considerada uma pseudoartrose.


  • O que pode causar uma pseudoartrose?

    As causas incluem fraturas graves, má irrigação sanguínea, infecções, movimentação excessiva da área fraturada e uso inadequado de medicamentos como anti-inflamatórios.

  • Quais são os sinais de pseudoartrose?

    Dor persistente no local da fratura, mobilidade anormal, ausência de consolidação nos exames de imagem e dificuldade para apoiar ou movimentar a região.


  • É possível pseudoartrose no dedo?

    Sim, embora seja mais comum em ossos longos, dedos também podem apresentar pseudoartrose, especialmente após traumas mal cicatrizados ou cirurgias sem estabilização adequada.


  • O que significa pseudoartrose infectada?

    É quando a área da fratura apresenta infecção ativa, dificultando ainda mais a cicatrização óssea e exigindo tratamento específico com antibióticos e cirurgia.


  • Como tratar a pseudoartrose?

    O tratamento pode incluir imobilização, uso de enxertos ósseos, estimulação elétrica ou cirurgia para estabilização com placas, parafusos ou hastes.


  • Como é feita a cirurgia de pseudoartrose?

    A cirurgia visa remover tecidos não cicatrizados, corrigir instabilidades e promover a consolidação óssea com fixadores e, em alguns casos, enxertos ósseos autólogos.


  • Como curar pseudoartrose?

    A cura depende de estabilização mecânica, ausência de infecção, estímulo à regeneração óssea e correção de fatores como má nutrição ou doenças que afetam a cicatrização.


  • Quem teve pseudoartrose pode voltar a andar normalmente?

    Sim, com o tratamento adequado e reabilitação, a maioria dos pacientes retoma suas atividades com qualidade de vida e função preservada.


  • Como prevenir a pseudoartrose após uma fratura?

    Seguir o tratamento indicado, evitar apoiar o membro afetado antes da hora, manter boa nutrição, parar de fumar e tratar doenças associadas como diabetes e osteoporose.


  • É possível viver com pseudoartrose?

    Em alguns casos leves, é possível conviver com a condição sem dor intensa. No entanto, a falta de tratamento pode levar à limitação funcional e piora progressiva.


  • O que acontece se não tratar pseudoartrose?

    A fratura pode nunca cicatrizar, levando à dor crônica, perda de mobilidade, deformidades e sobrecarga de outras articulações.


  • O tipo de fratura influencia no risco de pseudoartrose?

    Sim. Fraturas expostas, múltiplas ou que ocorrem em ossos com pouca vascularização têm maior chance de não consolidar adequadamente.


Ortopedia e cirurgia da coluna em São Paulo | Dr. Fernando Flores


A pseudoartrose é uma condição complexa, mas que pode ser tratada com bons resultados quando diagnosticada precocemente e abordada com o tratamento adequado. Com o avanço das técnicas cirúrgicas e terapias regenerativas,
muitos pacientes conseguem recuperar a função do membro afetado e retomar sua rotina com qualidade de vida.


Se você passou por uma fratura e ainda sente dor, instabilidade ou dificuldade de recuperação,
vale a pena conversar com um especialista. O cuidado com os sinais do corpo pode fazer toda a diferença.


Será que sua fratura está realmente se consolidando como deveria?


Se você tem preocupações sobre sua saúde da coluna, conheça o
Dr. Fernando Flores, ortopedista com especialização em Cirurgia da Coluna Vertebral pela renomada Fundação Faculdade de Medicina do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas - USP, ele entrelaça excelência técnica e empatia, propondo um tratamento que não apenas visa a sua recuperação, mas também o seu bem-estar integral.


Acesse
esse link e marque sua consulta! E continue acompanhando nossa central educativa.

desidratação discal
By Fernando Flores December 2, 2025
Entenda o que é a desidratação discal, como ela afeta sua coluna e quais são as melhores opções de tratamento. Saiba quando é hora de procurar ajuda.
pegar peso e machucar a coluna
By Fernando Flores November 18, 2025
Aprenda técnicas seguras para pegar peso e evitar machucar a coluna, prevenindo lesões.
lipomatose epidural
By Fernando Flores October 14, 2025
Lipomatose epidural: Como ela pode afetar sua coluna, quais são os sintomas, causas, exames recomendados e as opções de tratamento disponíveis.
Hiperostose Esquelética Idiopática Difusa
By Fernando Flores October 7, 2025
Hiperostose Esquelética Idiopática Difusa: Conheça o que é, seus sintomas, diagnóstico e cuidados para preservar sua coluna e qualidade de vida.
Cuidados pós operatórios de coluna
By Fernando Flores September 30, 2025
Conheça os cuidados pós operatórios de coluna mais importantes para garantir uma recuperação segura, eficaz e com menos riscos de complicações.
compressão nervosa
By Fernando Flores September 16, 2025
Compressão nervosa na coluna: Identifique os sinais, conheça as causas mais comuns e as opções de tratamento disponíveis para aliviar a dor e retornar as atividades.
sobrecarga da coluna
By Fernando Flores September 9, 2025
Evite dores e lesões: entenda o que causa a sobrecarga da coluna e saiba como proteger sua saúde.
corcunda
By Fernando Flores September 2, 2025
Entenda o que é corcunda, suas principais causas, como tratar e quais cuidados tomar para corrigir a postura.
obesidade e coluna
By Dr. Fernando Flores August 25, 2025
Entenda como a obesidade impacta a saúde da coluna, suas principais consequências e como prevenir problemas para manter a qualidade de vida.
deslocamento vertebral
By Dr. Fernando Flores August 18, 2025
Deslocamento vertebral: Conheça as causas, diagnóstico e tratamentos eficazes para aliviar a dor e recuperar a qualidade de vida.